A China está “em grande concordância” com a invasão da Crimeia pela Rússia, garante o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo. A Ucrânia acusa o vizinho de bloquear as telecomunicações e alerta para as movimentações militares no Mar Negro e a leste.
A Crimeia, uma região da Ucrânia onde os russos são a principal etnia, poderá estar já sob domínio da Rússia. Ainda não há registros oficiais que comprovem a invasão, mas já há um aliado de peso a defender os argumentos russos: a China.
“Há uma grande concordância de pontos de vista da Rússia e da China sobre a situação”, revelou o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, em comunicado, após uma alegada conversa telefônica entre os ministros russo Serguei Lavrov e chinês Wang Yi.
A declaração de apoio surge depois da Rússia defender que Viktor Ianukovich continua a ser o Presidente da Ucrânia e renovar a declaração de que não reconhece o novo Governo provisório de Kiev.
Da parte do Reino Unido, o chefe da diplomacia, William Hague, afirmou que, mesmo sem que haja uma invasão formal, a Rússia já assegurou o controle operacional da Crimeia, a região ucraniana onde se situa uma importante base naval russa: a da frota do Mar Negro, em Sebastopol.
“Estamos claramente preocupados sobre a possibilidade movimentações russas em outras partes da Ucrânia”, reconheceu Hague.
Segundo alguns repórteres da BBC, as tropas russas, com o apoio de milícias pró-russas, terão cercado as duas grandes bases militares da Ucrânia na Crimeia. Os militares ucranianos estarão a ser pressionados para deixarem de obedecer às ordens de Kiev e passarem para o lado do Governo regional, controlado pela maioria pró-russa.
Oleksander Turchinov, o Presidente interino da Ucrânia, colocou o exército em alerta máximo e ordenou a mobilização dos reservistas. Porém, a Rússia terá já na Crimeia um aparelho militar muito superior ao ucraniano, acrescenta a BBC.
Ao mesmo tempo, são cada vez mais os relatos de movimentações militares russas no Mar Negro, junto a Sebastopol, e com veículos junto ao canal de Kerc, a leste.
A Rússia estará também a bloquear as telecomunicações em partes da região, denunciaram os guardas fronteiriços ucranianos.
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