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quinta-feira, 26 de abril de 2012

CUBA: o país que parou no tempo.


O bloqueio econômico a ilha de Cuba, surgiu no calor da Guerra Fria (ou seria no ''gelo''), quando a ilha de Fidel Castro aderiu formalmente ao socialismo, entrando para a área de esfera de influência soviética. O fato de Cuba se constituir num aliado da temida União Soviética no Caribe era um "pecado" imperdoável para o governo e a opinião pública dos EUA. A reação americana foi decretar o bloqueio econômico contra Cuba. Algo que poucas pessoas sabem, é que o bloqueio não partiu do presidente dos EUA, mas sim do Congresso Nacional, ou seja, apenas uma votação com maioria exigida de acordo com o regimento das duas câmaras do parlamento norte-americano, poderá reabrir o mercado estadunidense aos cubanos e suspender as demais sanções.

Enquanto o sol soviético brilhava do outro lado do mundo, o bloqueio econômico pouco prejudicou a vida na ilha, já que Moscou comprava açúcar (principal produto de exportação cubano) a preços superiores aos praticados no mercado mundial. Os camaradas do Kremlin, além de comprar açúcar "superfaturado" vendiam petróleo (a matriz energética do país é dependente do petróleo) a preços abaixo da média mundial, tudo em nome da ''camaradagem'' socialista, mas na verdade a União Soviética precisava ''financiar'' o sucesso cubano para afrontar os EUA.

Quando o sol soviético se pôs no Natal de 1991 para nunca mais surgir no horizonte, os problemas econômicos de Cuba, fortemente dependente da URSS assumiram a proporção de calamidade e tragédia.

O injustificável bloqueio americano no contexto de um mundo pós-Guerra Fria, penalizou muito o povo cubano. Sem a ajuda soviética e das nações comunistas da Europa Oriental, Cuba ficou política e economicamente isolada, se tornou uma espécie de ''leproso'' geopolítico, nenhuma grande nação se dispôs a ajudar a ilha a sair da penúria, muito embora, as críticas ao bloqueio econômico façam parte do manual do ''politicamente correto'' para qualquer estadista ou intelectual, contudo, na prática nada foi feito.

Cuba paga caro por sua escolha, a infra-estrutura do país está precária e até mesmo os baluartes do socialismo cubano como educação e saúde sofrem com a crise. A esperança é que o atual presidente dos Estados Unidos, Barak Obama, mediante negociações de possíveis concessões do governo de Raúl Castro em relação aos direitos humanos, possa influenciar o Congresso Nacional a suspender o embargo.

Serão negociações demoradas entre três entes distintos: Casa Branca, Havana e o Capitólio. O poder nacional cubano nas mãos de Raul Castro, deverá mostrar-se disposto a abandonar velhas práticas stalinistas (como por exemplo, o aparato de repressão), a Casa Branca precisa estar segura e confiante para influenciar e persuadir o Congresso Nacional norte-americano a suspender o bloqueio econômico. Até lá o povo cubano continuará pagando a fatura de um mundo que não existe mais (o mundo da luta Leste-Oeste).

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