Estudantes do 9º ano da Escola Geórgia em Itabuna, fizeram uma análise do sistema capitalista e do atual cenário global, com base na música "desostenta" do cantor de pagode baiano Igor Kannário, durante as aulas de Geografia. A intenção do trabalho foi levar aos discentes um olhar mais crítico em relação as mazelas sociais criadas pelo capitalismo na sua fase mais consumista, a chamada era global ou globalização. A música não foi escolhida por acaso, já que na atualidade termos como "ostentação" e "camarotização" tem ganhado grande destaque na mídia brasileira e inclusive em 2014 foi tema da redação do vestibular mais concorrido do país, o vestibular da FUVEST, em São Paulo. A música é uma clara crítica à sociedade consumista, e esse consumo tem como vetor a "onda ostentação" que começou com o funk e já ganhou outras vertentes musicais, como até mesmo o "arrocha ostentação". Logo abaixo o vídeo com a música, seguida da análise feita por dois dos estudantes do 9º ano.
"Atualmente vivemos em um mundo
globalizado, consumista e capitalista. Onde padrões são impostos pela elite,
para que pessoas de classes sociais distintas se adequem a esse estilo de vida.
Padrões esses que na sua maioria visa a irreverência de "ostentar" roupas
de grife, um estilo semelhante adotado pelos funkeiros norte americanos, dentre
outros. O pior é que jovens de classe média e que vivem à margem da sociedade
estão querendo se adaptar a esse contexto social, onde a falta de informação
torna-os vulneráveis as "armadilhas" do mercado consumidor. A
exclusão social e o preconceito com as pessoas e principalmente com os
adolescentes da periferia, intenciona a necessidade dos mesmos de estarem de acordo
com o que a elite considera ser moda. A música de Igor Kannário usa sua subjetividade para fazer uma crítica aos aspectos como
esses, mostrando a negatividade para a globalização, impulsionadas pela era técnico-científica, onde a principal "vítima" somos nós consumidores."(Açucena Araújo Martins)
"Mesmo a letra original possuindo termos fortes, Kannário demonstra em forma de música, uma crítica contra o capitalismo, e contra as pessoas que ostentam sem saber que estão financiando aqueles em que se inspiram, fortalecendo assim o capitalismo de forma gratuita. A onda ostentação pode gerar frustração nos jovens que não se enquadram no padrão consumista, além da probabilidade de violência aos fãs que seguem esse estilo, que imaginam ser um modelo a se seguir, enquanto é apenas um ''fantoche'' do mundo a sua volta. O sistema impõe esse tipo de política social, que se espalha de forma rápida e adquire adeptos que se consideram dentro do principal meio social, só de estar correspondendo às condições impostas por aqueles que lucram com isso, a chamada burguesia branca, que se aproveita de pessoas influentes para estabelecer, certo padrão social que dará lucro apenas para os pertencentes a essa burguesia.
(João Victor Santos Almeida)
(João Victor Santos Almeida)